A Malena adotou o Xingu e o Graviola
                        
                      "Olá, meu nome é Malena. Tenho hoje 2 gatinhos   (Xingú e Graviola) e tive um outro que infelizmente já morreu (o Farofa). Passei   por algumas coisas com eles que talvez seja legal compartilhar com   vocês. 
                            Uma delas foi o início de tudo,   quando fui buscar o Xingú e o Farofa na casa da senhora que estava cuidando   deles. Eram muito, muito pequenos, tinham no máximo 2 meses. A foto que eu havia   recebido deles era pequena, não dava para ver muito bem os dois, a não ser o   tamanico. Quando cheguei na casa onde estavam, levei um susto. Os dois estavam   muito doentes e magros. A primeira impressão foi muito ruim. Pareciam 2 gatinhos   que não teriam um futuro muito longo não. Fiquei um pouco apreensiva no começo.   Os dois tinham o nariz escorrendo demais, estavam sem tomar banho direito há um   tempo, porque eram muitos gatos para a senhora dar conta de tudo como gostaria.   O Xingú, além da forte gripe, tinha o olho esquerdo completamente inflamado,   parecia que a cegueira seria certa, e a cabecinha estava com muito pouco pêlo,   por causa de um fungo que não lembro no nome. Enfim...os dois estavam num estado   lastimável. Havia outros 2 filhotes para eu levar caso não quisesse Xingú e   Farofa. Mas pensei que, caso eles ficassem lá, as chances de melhorarem seriam   muito menores, porque certamente - não por falta de vontade, mas de tempo e de   braços - uma senhora não conseguiria dar a eles a atenção que eu poderia dar   (pois eu teria só 2 gatinhos para cuidar). Resolvi levar os 2 apesar de toda a   má impressão do primeiro contato. E foi a melhor coisa que eu poderia ter feito.   Depois de algumas consultas com uma veterinária maravilhosa, os dois foram   melhorando tanto, tanto, que nem dava para acreditar serem os mesmos gatinhos.   Com carinho, atenção, boa alimentação, remedinhos na hora certa e tudo mais que   eu podia dar a eles, os 2 cresceram lindos, fortes e felizes. Não dá para   descrever a sensação de ver uma foto de quando eles chegaram, tão esmirrados e   feinhos, e de meses depois, grandes, com pêlo bonito, olhos brilhantes...É muito   gostoso sentir que ajudamos 2 criaturinhas inocentes, que só precisam de um   pouquinho para ficarem bem.
                                     Bom, a outra situação que eu quero   dividir já é bem diferente. É muito triste, e me deixou abalada por muitas   semanas. É sobre um cuidado muito fácil que devemos ter com nossos pequenos, mas   que por inexperiência e irresponsabilidade acabei deixando de ter. Moro em   apartamento, e só por essa descrição vocês já devem imaginar o que houve. Pois   então: mandei telar as janelas da sala e da área de serviço, e os quartos deixei   para uma outra ocasião. As janelas neles estavam sempre fechadas de qualquer   forma. Então achei que não haveria risco esperar um tempo para telar o resto da   casa. Mas, uma noite há 1 ano atrás, a porta do quarto do meu irmão quebrou, e   fico entreaberta sem que eu percebesse. Justamente no dia que a faxineira havia   ido lá e esquecido uma fresta da janela desse mesmo quarto aberta. Fui dormir e   deixei os gatinhos fora do quarto naquela noite, porque eles estavam muito   bagunceiros, brincando pra lá e pra cá. Meu irmão não estava em casa. Lá pelas 2   da manhã, meu irmão chegou, então acordei e eu abri a porta do meu quarto para   os gatinhos entrarem. Mas só o Xingú apareceu. Achei estranho, fui procurar o   Farofa para trazê-lo para o quarto. Mas não o encontrava em lugar nenhum. Só eu   sei o que comecei a sentir quando olhei embaixo do sofá, na casinha deles,   embaixo do armário, enfim, em todos os lugares e não o encontrei. Até que vi a   porta do quarto do meu irmão entreaberta. Quando abri, chamei o Farofa e ele não   apareceu. Ascendi a luz e vi a janela. Nessa hora, tudo o que eu queria era que   ele aparecesse de algum lugar, para eu não ter que ir até lá a abrir a fresta   por onde um gatinho passaria. Mas ele não apareceu. Então cheguei à janela, abri   e com muito, muito medo, olhei lá pra baixo. Ele estava lá. Meu pequenininho.   Até hoje fico muito mal quando lembro disso tudo. Muito mesmo. Eu não consegui   fazer mais nada. Gritei. Chorei...Mas era tarde. E tudo o que eu pensava era   "por que não fiz direito? Por que não cuidei direito dele? Ele não sabia que ali   era perigoso, mas eu sabia. A culpa é minha". É algo tão bobo, tão bobo que   causou a morte dele...Se a gente parar para pensar sobre isso, não tem por quê   não colocar a tela. De verdade. E é o que eu digo para todos que têm bichinho de   estimação. Alguns cuidados você só aprende a ter depois que algo assim acontece.   Então, por favor, quem ainda tiver algo por fazer para proteger seu bichinho,   faça logo, não espere, como eu, uma coisa ruim dessas acontecer...Não preciso   nem dizer que hoje cada buraquinho possível da minha casa está telado,   né?   
                              Depois dessa experiência horrível,   eu tinha que continuar cuidando do Xingú. E ele, que sempre teve o irmãozinho   como companheiro, não estava bem ficando sozinho o dia todo. Então adotei um   outro gatinho. O Graviola. Ele é um meigo. O mais meigo que já vi. Quando fui   buscá-lo, ele estava bem magrinho também, e tinha um probleminha no nariz, que,   por uma raspagem necessária há um tempo atrás, havia ficado mais vulnerável a   bactérias que atacam essa região. Ou seja, estava sempre com nariz ruim, com   muita secreção, entupido...Tive que ter um longo cuidado com ele também para que   melhorasse. Na verdade, ele não vai melhorar definitivamente nunca, mas numa   casa com apenas 1 gatinho além dele, as chances de ficar ruim são muito menores.   E foi mais um gatinho que, à primeira vista poderia ser muito problemático, mas   que depois de algumas semanas se transformou completamente. Hoje ele está   gordinho, com pêlo lindo e macio, e o nariz, que me fazia acordar à noite para   limpar (pois entupia de uma forma tal que ficava difícil para ele respirar), não   apresenta nenhum problema nos últimos 6 meses. Ele se deu muito bem com o Xingú   e os dois hoje são grandes amigos que dividem tudo.   
                              Espero que, contando essas coisas,   eu possa ajudar em algo, seja na escolha de vocês para um gatinho, seja na   reflexão sobre os cuidados com eles, seja mostrando para as meninas do "adote"   que o trabalho delas ajuda MUITO um número enorme de gatinhos, que hoje, ao   invés de estarem correndo perigo por aí, dormem quentinhos nas camas dos donos e   têm todo o carinho do mundo.   
                              Deixo aqui um grande abraço a todos   que, como eu, adoram seus bichinhos de estimação, sejam eles gatos, cachorros,   peixinhos, cavalos ou qualquer outro. Eles realmente completam nossa   vida!"   
                              Malena. 
                            
  | 
                        
                        Lojinha