Boletim - Julho 2010

Boletim informativo AUG

Queridos amigos,

Finalmente boas notícias! O surto de panleucopenia acabou! Apesar de ter levado todos aqueles gatinhos que mostramos nos boletins passados, pelo menos agora estamos aliviadas e podemos voltar a pegar filhotes e a cuidar deles com todo o carinho do mundo. Aliás, como cuidar de forma diferente? Gatinhos não são as coisas mais fofas do mundo?
As vidinhas novas que chegaram ajudaram a diminuir a perda dos que se foram e agora estamos curtindo nossa nova turminha, os resgatados de Julho.

A primeira duplinha que chegou é formada por duas escaminhas. Uma protetora foi socorrer um cachorrinho e viu uma cena muito triste: duas gatinhas comendo lixo. Perguntando na vizinhança descobriu que a dona se mudou e, desde então, elas viviam na porta da casa que moravam. Os vizinhos proibiram que qualquer um as alimentasse porque elas miavam muito à noite e o vizinho mais próximo queria que elas ficassem bem longe da casa dele.

A Raquel as resgatou e levou para o nosso abrigo. São fofíssimas, mansinhas, carinhosas, judiadas e, felizmente, são saudáveis. Já foram castradas e batizadas de Manoela e Mariana.




Outra dupla foi a Bonnie e o Clyde, lindíssimos, que viviam soltos em um condomínio em Osasco. Alguns moradores gostavam deles e cuidavam daquele jeito né? Colocavam água e comida, mas outros moradores não os queriam zanzando pelo condomínio e ameaçaram envenená-los. Quando chegaram estavam imundos, aqui são eles depois de um belíssimo banho! Já foram castrados e doados.




Infelizmente as maldades continuam. Saiu em todos os jornais que os gatos do cemitério do Araçá estão sendo assassinados cruelmente. A diretoria culpa os cachorros pelas mortes, mas só se agora eles aprenderam a colocar os gatos em sacos e amarrar nas estacas... Mesmo com a mídia em cima, nenhuma atitude significativa, como a colocação de um segurança ou câmeras no local, foi tomada.
Agora os cachorros aprenderam a colocar gatos em sacos e os amarrarem em lanças... Mesmo com a mídia em cima, nenhuma atitude significativa, como a colocação de um segurança ou câmeras no local, foi tomada.
No mês passado aceitamos um senhorzinho de 11 anos e nenhum dente que sobreviveu a uma chacina no cemitério. Esse mês aceitamos mais dois, super assustados e que morrem de medo de tudo. Se pudéssemos aceitaríamos todos, mas temos nossas limitações. Se cada pessoa comovida com a situação ficasse com um gatinho do cemitério, todos teriam chances. A pergunta que não quer calar: por que somos sempre os mesmos que ajudamos? Se cada um fizesse um pouquinho não ficaria pesado para ninguém!



E as maldades não se limitam ao cemitério não. A violência contra os animais está em todos os lugares. Prova disso é o Rock, gatinho resgatado por uma pessoa que nos pediu socorro. Reproduzo aqui parte do email para que vocês não achem que a gente inventa essas atrocidades. O que é pior é que foram crianças que fizeram isso! O que essas crianças serão quando adultos? Moram em um condomínio, não são crianças paupérrimas ou que sofrem abusos, eu imagino, e, mesmo assim, são pequenos monstros.

"Olá boa tarde, meu nome é Karen! Moro em um condomínio de apartamentos e sexta-feira dia 23/07 ao sair para trabalhar em deparei com um amontoado de crianças cutucando vorazmente algo, quando me aproximei vi que se tratava de um gatinho, afugentei as crianças e ao me aproximar do gatinho vi que estava com um dos olhos fechado com muito sangue e secreção e sua boca estava ensanguentada. Fiquei desesperada peguei o gatinho e levei de imediato à um veterinário ele teve que ficar internado, aparentemente alguém chutou o rosto do gatinho que perdeu alguns dentes, machucou seriamente um dos olhos e cortou a gengiva. Ele foi medicado, estava muito desidratado, a veterinária disse que talvez ele não perca a visão, ainda está muito magro e fraquinho".

Na verdade, o maxilar dele foi quebrado, o olho foi furado e dizer que ele está "fraquinho" é minimizar o sofrimento do gatinho, que chegou todo quebrado e mal consegue se alimentar. Está internado e só depois de ganhar peso e se recuperar um pouco poderá passar pela cirurgia e reconstruir o maxilar.



E infelizmente as maldades não param por aí. Não sabemos exatamente o que aconteceu com esse gatinho, só sabemos que ele ficou 30 dias, isso mesmo, 30 dias exatamente como vocês estão vendo. A pessoa que nos pediu ajuda disse que ele perambulava por 30 dias pela rua e ninguém fez NADA. As pessoas passavam, viam o gato mancando sem um pedaço da perna e continuavam andando...

Provavelmente a pata foi quebrada, necrosou e caiu. Imaginem a dor! No mesmo dia em que o resgatamos ele teve a perna totalmente amputada tamanha a infecção. Graças a Deus ele passa bem e, depois que se recuperar, será um lindo manquitolinha! Eu tenho dois assim e eles vivem exatamente como os outros: pulam, sobem em tudo, brincam. Como me disse uma vez a Laura Galucci, uma amiga gateira, "por sorte os gatos não são como nós e não sentem pena deles mesmos. Perdeu uma pata? Sem problemas! Eles superam e tratam de ser felizes!" E é isso mesmo.



Quem se livrou de chegar a esse ponto foi esse gatão. Ele sentiu o cheiro de outros gatos e se instalou em uma casa. Só que os outros gatos não deixavam o gatão se alimentar e ele passou a viver na caixa d'água da casa. Apanhava muito e, para piorar, pegou sarna. Quando foi resgatado, estava coberto de sarna e super doente. A sarna era tanta que ele nem conseguia abrir os olhos, coitado. Felizmente o resgate chegou a tempo e a melhora dele é incrível! Quando ele chegou estávamos tão lotadas que o pobrezinho teve que passar alguns dias em uma coelheira no abrigo. Uma judiação um gato grande assim preso numa coelheira... Agora ele já está em uma gaiola maior, mas dá dó mesmo assim.




Essa frajola foi capturada pelo CCZ em um condomínio. Quando nos ligaram achamos que a pessoa estava falando de uma gata adulta, do tipo mega brava que ataca e tal. Fizeram um estardalhaço porque não a queriam na garagem. Quando o laçador chegou com a caixinha nem acreditei: era uma filhotona, assustadinha, mansa, magérrima e imunda. Fomos correndo para uma consulta e ela ficou internada de tão fraca. Qual será o mal tão grande que essa gatinha fez na garagem do prédio? Custava muito alguém resgatar, castrar e adotar? Não, as pessoas não fazem nada e agem como se ter um gato na garagem fosse um grande problema.



E a Mylla, coitadinha? Morando com sua família em um pátio de carros! O marido da Bell, nossa voluntária, passa todos os dias em frente ao pátio e viu essa turma de gatinhos. Uma pessoa que alimenta os gatinhos e ajudou no resgate, mas, infelizmente, só a Mylla foi capturada porque os outros gatinhos são bravinhos. A Mylla é só uma filhotona e logo viu que vida boa mesmo é a de colo e muitos beijos. Ficou mansinha, mansinha! É como sempre dizemos: o poder do amor! Rsrsrsrsrs





Esta gatinha foi encontrada em um estacionamento no Centro, toda suja de graxa. Um doce, carinhosa, ronronenta, logo mais estaria grávida e dando cria dentro do motor de algum carro.



Essa frajolinha foi encontrada abandonada na Igreja do Carmo, no bairro da Sé. Estava só muito suja, mas com boa saúde. É muito meiga e carinhosa e nossa voluntária Juliana Akimoto a recebeu na sua casa e ela está sendo preparada para ser doada.



Teve também a Clara, que foi encontrada comendo uma espiga de milho jogada no lixo depois de uma festa junina em um condomínio. A pobrezinha tentava comer a espiga e não conseguia. Por sorte uma pessoa se comoveu e o pedido chegou até nós. Ela só precisava de um banho, comida boa e pronto! Já estava lindona! Já foi adotada, felizmente.




Tivemos muitos outros resgates como a Milla (de olhos azuis), o Fred (amarelo), o Siamoso que vivia apanhando no Terminal de Cargas da Fernão Dias e muitos outros, todos vindo de pedidos como esses, mas vou abreviar porque quero contar dos filhotinhos.




Os filhotinhos, ah os filhotinhos... Tem coisa mais gostosa? A temporada de ninhadas nem começou, mas bebezinhos já começaram a pipocar por aqui.

Abandonados com apenas dois dias de vida, essas coisicas foram resgatadas por uma pessoa que nos achou e os levou para a Dra. Angélica. A Maria José, com suas mãos de fada e o aprendizado com a Dra. Angélica, cuida deles na mamadeira e eles estão crescendo fortinhos. Estamos na torcida! Não queremos nos animar muito porque são bebês de mamadeira e cada dia é uma vitória, mas estamos esperançosas.




Alguns dias depois, apareceu mais uma ninhadinha sem mãe e mais uma turminha para a Maria cuidar na mamadeira. Estes estão fraquinhos, mas lutando. Um dele é muito menor que os irmãos, estamos muito preocupadas...




E lembram da mamãe faminta que resgatamos do boletim passado? Pois ela teve seus bebês e é uma mamãe carinhosa e zelosa, cheeeeeeia de leite para cuidar dos seus quatro filhotes branquinhos como a neve. Lindos, dá vontade de morder!

Como colocamos essas fotos no Facebook e as pessoas enlouqueceram querendo adotá-los, queremos avisar que não vamos reservar nenhum deles e ainda faltam mais dois meses e meio, pelo menos, até que possam ser castrados e doados. Gatos não devem ser adotados só pela sua beleza, mas também pela sua simpatia, né? Temos muitos gatinhos simpáticos no site esperando por adoção faz muito tempo. Pensem nisso, ok?

O mesmo vale para essa ninhada, que parece de mentira! Seis meninas!!! Seis!!! Nenhum machinho. Seis lindezas que, por sorte, são fortinhas e foram resgatadas em melhores condições que os bebês sem mãe.



No dia em que fiz essas fotos das siamesas bebês, estava saindo quando encontrei uma moça com uma caixinha entregando essas três fofuras para a Dra. Angélica.




Ainda sobre bebezinhos, essas gracinhas foram abandonadas em uma praça dentro de uma caixinha de papel. Estavam LOTADOS de pulgas, não sei como aguentaram porque são uns ticos de gatos e deviam ter umas 100 pulgas em cada um. A pretinha é menina e o frajola é menino. Fofos!



Lembram que no boletim passado mostramos o Ruivão, achado zanzando abandonado e resgatado por uma conhecida? Pois acreditem, ele tinha dona e ela estava procurando por ele desde fevereiro. Essa história arrancou lágrimas de quem a acompanhou. O Ruivão, que na verdade se chama Max, tinha um amigo, idoso como ele. Quando o seu amigo morreu, ele ficou desesperado à sua procura. E ele, que nunca tinha saído de casa (eles moravam em um apartamento no térreo), resolveu procurar o companheiro pelo bairro e não encontrou o caminho de volta para casa. O nosso último boletim foi repassado e chegou até a Denise, que logo identificou o seu gato amado e entrou em contato desesperada para poder ficar com ele de volta. Ruivão voltou pra casa depois de quatro meses, magro, maltratado e com muitas cicatrizes do tempo que ficou na rua. E Denise aprendeu a lição: disse que vai colocar as redes de proteção em todas as janelas para que o Ruivão nunca mais tenha que passar por isso de novo. 

E, por falta de um, tivemos dois casos de reencontros... Este gatinho foi resgatado por um cliente da Dra. Angélica. Ele tinha visto o gato por dias seguidos dentro de um túnel na Av. Juscelino Kubitscheck! O gato permanecia na mesma posição, sem se mexer, com medo dos carros. Um dia ele não aguentou mais ver o gato ali parado e decidiu com um amigo fechar o túnel. Cada um colocou seu carro atravessado na pista para impedir o fluxo dos veículos. E foi só abrir a porta para o gatinho entrar correndo, aliviado. Colocamos fotos do gato na nossa página do Facebook e uma menina o reconheceu. Disse que os donos estavam procurando por ele e que o gato morava em uma floricultura. Dormia o dia todo e a noite dava suas voltinhas. Bem, nem precisamos dizer novamente que os gatos não devem ter acesso à rua, né? Que essas duas histórias sirvam de lição! Os donos disseram que começarão a prender o gatinho no período da noite, para evitar que isso se repita.

Falando em finais felizes, tivemos algumas adoções especiais esse mês. O Araçá, gatinho sobrevivente da matança no cemitério e que achávamos que NUNCA seria adotado por ter 10 anos, ser banguela, velho e meio paradão demais, foi adotado pela Dani Simas, amiga e gateira de longa data. Ele agora se chama Chico, mora com a Dani e suas cinco gatas e já virou o sultão desse harém! rsrsrsrsrs E a linguinha continua de fora!



O Esqueleto, gatinho com leucemia que foi encontrado só com pele e osso também encontrou seu final feliz ao lado da Mila. Ela foi conhecê-lo no abrigo e foi amor à primeira vista. Preparou a casa toda para recebê-lo. E olha ele aí fazendo o que mais gosta, se enroscando nas pessoas! Um fofo!


Também doamos a Sister e a Magali, irmãs que praticamente nasceram no abrigo, mas eram desprezadas por serem pretinhas. As duas ganharam boas casas.



E como o mês estava cheio de surpresas, doamos também a Mamãe Escama, adulta, escama de tartaruga (a pelagem que quase ninguém gosta). Nessa semana mesmo alguém desistiu de uma adoção porque disse que a gatinha parecia "suja". Suja deve ser a cabeça da doida que disse isso! A Thais achou a Mamãe Escama linda e a levou para casa. Gostou tanto do nosso trabalho que virou voluntária! Rsrsrs



Também doamos o Tristão, nosso gato lindo e arisco que nos ganhou no seu primeiro fuuuuuuuzzzzzz! rsrsrsrsrs Agora vive feliz.

Como vocês puderam ver, nunca temos trégua. Os resgates nunca param. Sabemos que daqui a pouco começará a temporada das mamães, ou seja, chegarão inúmeros apelos para acolhermos mãezinhas com filhotes e gatinhas estourando de grávidas. Tem a ver com a época do ano e sempre dá um frio na barriga e um certo desespero porque nem sempre temos espaço para acolhê-las. Não tem nada pior do que saber de recém-nascidos nas ruas e não poder fazer nada. É por isso que precisamos correr, cuidar muito bem dos que estão com a gente e tentar doá-los o quanto antes. Só assim estaremos preparadas para acolher o maior número de mãezinhas possível. 

Apesar da ajuda e do esforço de vocês, o Adote um Gatinho continua com problemas financeiros. Nossas despesas mensais ultrapassam os R$30.000 e é difícil o nosso dia-a-dia, nunca sabemos se teremos dinheiro suficiente para o próximo mês. Graças a Deus, até hoje nosso trabalho tem dado certo, então contamos com a solidariedade de vocês mais uma vez. Se cada um ajudar com um pouquinho a gente consegue dar conta! Por favor, nos ajudem com doações em dinheiro, em areia, ração, remédios, comprando um dos nossos produtos na lojinha ou participando de nossas rifas. Na coluna ao lado explicamos direitinho como vocês podem nos ajudar. Em nome dos gatinhos, muito obrigada e até o próximo boletim!

Beijos,
Ju, Su e voluntárias AUG

 

Voltar